O governo federal quer antecipar o pagamento do 13º de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para os meses de abril e maio. A iniciativa faz parte de um pacote de medidas que deve ser anunciado nesta quinta-feira (17), pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro do Trabalho e da Previdência, Onyx Lorenzoni.

A antecipação já foi adotada em 2020 e 2021, sob a justificativa de aliviar impactos econômicos da pandemia. Desta vez, a liberação deve injetar R$ 56 bilhões na economia, segundo cálculos do governo. Cada parcela tem cerca de R$ 28 bilhões.

Os detalhes do adiantamento dependem de acertos com o Ministério da Economia, que cuida do fluxo de caixa. No entanto, fontes do governo estão confiantes de que é possível assegurar o repasse da primeira parcela já em abril (veja detalhes abaixo). 

Reclamações
Alguns aposentados, no entanto, não aprovam o adiantamento do 13º salário. Maria Neuza de Araújo Sá, 85, contou que, no ano passado, gastou o dinheiro antes da hora.

Geraldo Apolinário, 69, pensa parecido. “Acho péssimo adiantar. Quem vive de salário está sempre no vermelho. Quando vem uma grana extra, a pessoa paga uma conta. Quando chega ao fim do ano, elas acabam chateadas”, revela. 

“A gente é obrigado a aceitar, porque cai na conta. Em 2021, eu já havia gastado a metade antes do fim do ano”, disse a aposentada Maria das Graças da Silva, 67.

Mais crédito
O governo também pretende reeditar a medida provisória que amplia a margem para aposentados e pensionistas do INSS contratarem consignado tendo o FGTS como garantia.

Atualmente, o limite é de 30% para empréstimos e de 5% para despesas com cartão de crédito. A proposta é ampliar o total para 40%. A medida já foi tomada na pandemia, mas expirou no último dia de 2021. 

Digital

Deve ser lançado no pacote o Microcrédito Digital Simplificado. A previsão é que até 5 milhões de pessoas sejam beneficiadas, com injeção de R$ 3 bilhões.

FGTS deve ter novos saques

Uma nova rodada de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também deve fazer parte do anúncio a ser feito nesta quinta-feira (17). 
A medida pode beneficiar cerca de 40 milhões de trabalhadores, se for considerado o público potencial de pessoas com carteira assinada que têm contas com saldo no fundo de garantia atualmente.

O valor a ser autorizado para saque deve ser de até R$ 1.000 por trabalhador. Como algumas contas têm saldo inferior, a média de retirada deve ficar abaixo disso.

Ao todo, o governo federal espera que o pacote lançado amanhã tenha uma potência de aproximadamente R$ 150 bilhões.