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RESUMO
- Deputados por Minas gastaram R$ 1,3 milhão com a chamada cota parlamentar em abril e maio
- Dados estão disponíveis no portal da Câmara e foram compilados pelo site da itatiaia
- Deputado Hercílio Coelho Diniz (MDB) foi o único que não gastou
- Valor gasto entre abril e maio daria para comprar 20 respiradores
- 500 municípios de Minas não têm respirador
Rômulo Ávila*
Os deputados federais de Minas listaram gastos de mais de R$ 1,3 milhão com a chamada cota parlamentar em abril e maio deste ano, meses de isolamento social e de atividades virtuais no Congresso em razão da pandemia do novo coronavírus.
O levantamento foi feito pelo site da Itatiaia com base em informações listadas pelos parlamentares no portal da Câmara (confira abaixo quanto cada deputado gastou). O valor daria para comprar dezenas de respiradores.
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Conforme a Câmara Federal, a chamada cota parlamentar “visa o custeio de despesas típicas do exercício do mandato do deputado”, como passagens aéreas, combustível, hospedagem, locação ou fretamento de veículos, entre outros.
O valor mensal não é o mesmo para todos estados. No caso de Minas, cada um dos 53 parlamentares tem R$ 36.092,71 para gastar, segundo o portal da Câmara.
Os três deputados federais com mais gastos listados em abril e maio são Euclydes Pettersen (PSC), com R$ 51 mil; Lincoln Portela (PL) e Leonardo Monteiro (PT), ambos com pouco mais de R$ 47 mil.
Outros quatro parlamentares tiveram gastos acima de R$ 40 mil (veja relação abaixo).
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com os três e aguarda resposta de Euclydes Pettersen (PSC). Leonardo Monteiro (PT) disse que, apesar da pandemia, o mandato não parou.
“Continuamos trabalhando, cada um em sua própria casa, para ajudar o povo mineiro a enfrentar essa crise sanitária, econômica e social.
Por causa das mudanças na forma de trabalho, os gastos nos últimos meses diminuíram em relação aos anteriores. Despesas com combustíveis, uso de carro, telefonia e outros estão bem abaixo do valor utilizado normalmente.
De passagem aérea, por exemplo, não tem. O que se mantém são apenas os gastos regulares que são os custos de contratos já assumidos”, disse em nota.
Já Lincon Portela (PL) também disse que o trabalho como parlamentar não parou. Por telefone, ressaltou ser autor de um projeto para reduzir o salário e a verba parlamentar dos deputados.
Destacou ainda que gastou a metade do valor que tinha disponível. Disse também que gastou um valor maior em abril porque produziu material informativo e distribuiu para associações e comunidades no interior de Minas.
Na outra ponta, o deputado Hercílio Coelho Diniz (MDB) não tem gasto listado em 2020. Junio Amaral (PSL), Tiago Mitraud (NOVO), Greyce Elias (AVANTE) e Vilson da Fetaemg (PSB) foram os que listaram os menores gastos em abril e maio.
A reportagem também procurou o deputado Hercílio Coelho para saber porque ele tem gasto zero. Em nota, a assessoria informou que o parlamentar é o que mais economiza no Congresso.
“Vale destacar que Hercílio também abriu mão do auxílio-moradia e do imóvel funcional, além de ter recusado na campanha em 2018 o fundo eleitoral de mais de R$1,5 milhão.
Neste ano (2020), o feito se repete. Nada foi gasto da Cota Parlamentar e o deputado ainda continua sendo um dos que mais economiza com Verba de Gabinete, por ter um número reduzido de assessores”.
Respiradores
Em abril deste ano, o Ministério da Saúde comprou respiradores mecânicos por US$ 13 mil (cerca de R$ 67 mil).
Com base nesse preço, o valor gasto pelos deputados mineiros no Congresso seria suficiente, por exemplo, para comprar 20 respiradores, aparelhos indispensáveis para salvar vidas na luta contra a covid-19.
O respirador auxilia pacientes que não conseguem respirar sozinhos e seu uso é indicado nos casos graves de covid-19, que apresentam dificuldades respiratórias. Pelo menos 500 dos 853 municípios iniciaram a luta contra a pandemia sem um aparelho sequer.
Confira o valor gastos pelos deputados federais:
* Colaborou Erika Oliveira