
👉🚨🚨📢😱⚰🕯🚒🚑🚔Internos ficaram trancados durante incêndio em clínica clandestina
Cinco pessoas morreram e pelo menos 11 ficaram feridas após uma clínica de reabilitação no Paranoá pegar fogo, neste domingo (31/8)

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Um dos pacientes é Luís Araújo do Nascimento, 57 anos. Ao Metrópoles, ele contou que o local era trancado com cadeados nos portões e grades nas janelas, o que impossibilitava os internos de saírem.
“[O local] estava fechado, sem porta de incêndio, sem extintor, sem nenhuma precaução. E nenhum deles [os internos] foi treinado para trabalhar com combate a incêndio”, afirmou.
Assista ao depoimento:
Nascimento conhecia todas as vítimas que morreram no incêndio. “Estou muito traumatizado”, declarou. Ele um colega, também interno, conseguiram salvar outras pessoas até a chegada do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). “Tiramos [as vítimas] pela janela, desentortamos ferros das grades”, contou.
Outro paciente, José Rodrigo, 45, disse que estava dormindo quando o fogo começou a tomar o local. “Quando eu saí, o teto caiu”, lembrou.
Internado há três meses, ele afirmou que alertou os responsáveis sobre as instalações precárias do instituto. “Sempre avisei a eles para não trancar ou então deixar alguém acordado, e também para deixar extintores aqui. Não tinha nenhum extintor aqui”, enfatizou.
“Às vezes, na sala de reunião, os meninos que tinham vontade de ir embora ficavam falando: ‘Se a gente tacar um fogo aqui, vai todo mundo embora’. E eu sempre respondia: ‘Gente, pelo meu conhecimento, se pegar fogo aqui, vai morrer todo mundo”, contou.
Clínica clandestina
O Metrópoles apurou que o Instituo Terapêutico Liberte-se não possuía alvará de funcionamento e nem passou por vistoria do Corpo de Bombeiros.
De acordo com testemunhas, os próprios internos fazem os trabalhos na clínica. Os responsáveis trancavam a casa à noite para ninguém fugir e evitar assaltos. Coordenadores e monitores costumam ficar na área externa.
Atualmente, a clínica contava com 46 internos. Não se sabe ainda, porém, quantos deles estavam no local no momento do incêndio.
Em depoimento à Polícia Civil do DF (PCDF), o proprietário Douglas Costa Ramos, 33 anos, disse que acionou o Corpo de Bombeiros assim que percebeu o incêndio. Ele confirmou que a única porta de entrada e saída da clínica estava fechada, em razão de furtos anteriores sofridos.
Ramos confessou que a casa não possuía alvará nem liberação de funcionamento do CBMDF. O dono da clínica disse que deu início ao processo de licenciamento junto ao Governo do Distrito Federal (GDF), mas o alvará não foi expedido ainda.
Clínica onde incêndio matou cinco homens no DF funcionava sem alvará
Incêndio no Instituto Terapêutico Liberte-se, no Paranoá, deixou 5 mortos e 11 pessoas com sintomas de intoxicação por inalação de fumaça

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O proprietário e diretor da clínica, Douglas Costa de Oliveira Ramos, 33 anos, confessou em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que solicitou o alvará, mas a autorização não foi expedida ainda.
O instituto também não obteve aprovação de licenciamento do Corpo de Bombeiros, que sequer fez a vistoria no local.
A clínica clandestina funcionava há cinco meses, segundo o dono. O tratamento oferecido consistia na internação de dependentes químicos por seis meses, com visitas mensais e ligações semanais.
Veja imagens feitas após o incêndio:
Testemunhas contaram que os internos tiveram dificuldade de deixar o local quando as chamas tomaram de conta da casa porque a residência estava trancada com cadeado e tinha janelas com grades de ferro.
Funcionário do instituto, Sérgio Rodrigo Rodrigues Gomes, 38, disse à polícia ter recebido a chave do cadeado da porta de acesso principal de um outro empregado.
No depoimento, Gomes revelou que o fogo já havia se alastrado pelo ambiente de forma intensa e que o cadeado estava muito quente, chegando a queimar a mão dele.
O homem contou que, “após muita dificuldade”, conseguiu liberar a porta. Ele disse que arrombou grades e quebrou vidros das janelas para retirar algumas pessoas. O Instituto Terapêutico Liberte-se tinha 46 internos.
A causa do incêndio ainda não foi revelada. A PCDF investiga o caso.
A reportagem acionou a Administração Regional do Paranoá a respeito do pedido de alvará de funcionamento e aguarda retorno.
Feridos
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) informou que encontrou corpos de cinco homens durante a etapa de rescaldo, etapa na qual os profissionais eliminam os focos remanescentes para evitar novo incêndio.
Outras 11 pessoas foram levadas a hospitais próximos da região com sintomas de intoxicação por inalação de fumaça.
Os feridos têm entre 21 e 55 anos. Somente as iniciais e a idade foram divulgadas. Veja:
D.S., 24 anos;
L.G., 21 anos;
L.S., 21 anos;
M.D., 28 anos;
J.G.S.J., 30 anos;
R.S., 44 anos;
M.S., 24 anos;
E.G.S., 33 anos;
R.F.M., 33 anos;
G.S.D.S.Q., 34 anos; e
R.Q., 55 anos.





















