Monomotor foi encontrado nesta sexta (7), após cinco dias desaparecido. Aeronave estava embaixo de árvore em região de aclive, segundo a corporação. Piloto e os dois passageiros morreram.
Por Mariah Colombo, Ana Krüger e Bruno Fávaro, g1 PR e RPC — Curitiba
A localização do avião que estava desaparecido na região de Mata Atlântica na Serra do Mar, no litoral do Paraná, foi descoberta com a ajuda do sinal de GPS o relógio do piloto Jonas Borges Julião, de 37 anos, segundo o Corpo de Bombeiros.
“Tivemos hoje algumas informações importantes onde foi possível determinar um ponto na costa oeste da Serra da Prata, onde havia sinal de um relógio que foi emitido em algum momento. A partir dessa organização, desse ponto, as equipes foram direcionadas mais efetivamente para essa área. Com a descida dos resgatistas da Força Aérea confirmou-se a localização dessa aeronave”, explicou o comandante do Corpo de Bombeiros no litoral do estado, major Fabrício Frazatto dos Santos.
O avião sumiu na segunda-feira (3) e foi encontrado nesta sexta-feira (7), próximo ao Pico Canavieiras, na região da Serra do Mar, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB).
O monomotor decolou de Umuarama, no noroeste do estado, às 7h50 e deveria pousar perto de 10h30 em Paranaguá, mas não mandou mais sinal cerca de 10 minutos antes do horário previsto para o pouso.
Localização do avião que estava desaparecido foi encontrada com ajuda do sinal do relógio do piloto — Foto: Reprodução/RPC
O governo do Paraná confirmou que as três pessoas que estavam no avião foram encontradas mortas. As vítimas são Heitor Guilherme Genowei Junior, 42 anos, Felipe Furquim, 35 anos, ambos servidores da Casa Civil do Governo do Paraná e o piloto Jonas Borges Julião, de 37 anos.
De acordo com o major, na quarta-feira (5) um familiar do piloto informou que ele usava um relógio que poderia ajudar nas buscas. Com isso, a Força Aérea Brasileira acionou a empresa fornecedora do equipamento.
“Verificou-se que havia uma última sinalização desse relógio numa determinada coordenada geográfica. A partir daquele momento, as buscas foram direcionadas para aquela área”, afirmou.
Da esquerda para direita: Jonas Borges Julião (piloto) e passageiros Heitor Guilherme Genowei e Felipe Furquim — Foto: Reprodução
Local de difícil acesso
De acordo com o major, o local onde a aeronave foi encontrada fica em um terreno de aclive extremo, e de alta complexidade e dificuldade.
Ele detalhou que os resgatistas foram até a aeronave com o apoio de cordas, no estilo rapel.
“Por cima não era possível visualizar essa aeronave. Parece que ela teve uma queda na vertical, estava embaixo de uma árvore. Houve a necessidade de uma infiltração da equipe para confirmar que ali realmente havia uma aeronave”, disse.
O major explica que o avião estava a cerca de um quilômetro do ponto onde emitiu o último sinal de radar. Porém, a aeronave estava presa às copas das árvores e não podia ser vista de cima.
Só quando as equipes desceram ao local de rapel confirmaram que era o monomotor, em uma região de vale entre duas cadeias montanhosas.
O major afirma que as investigações da FAB devem apurar o que houve, mas destacou que já se sabe que chovia e que havia nebulosidade bastante baixa na região no dia do desaparecimento.
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Buscas
Cinco aeronaves fizeram buscas pelo monomotor desaparecido na Serra do Mar, no Paraná — Foto: BPMOA/divulgação
As buscas pela aeronave duraram cinco dias e foram concentradas em uma região serrana, de Mata Atlântica, entre os municípios de Guaratuba e Morretes, no litoral do estado.
Cerca de 200 pessoas, entre oficiais e civis, de 15 instituições, ajudaram na operação de busca.
Conforme os bombeiros, a aeronave desapareceu do radar às 10h14, próximo à Serra da Prata, em Guaratuba, no litoral do Paraná.
O Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) disse que no percurso a aeronave não acionou o ELT (sinal de localização de emergência).
O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná disse ter recebido solicitação, por volta das 14h, sobre o desaparecimento de uma aeronave.
Segundo o BPMOA, as buscas foram feitas por meio de voos baixos, além de equipes por terra. Conforme a corporação, há dificuldade de deslocamento no local.