Viagem fora da agenda oficial foi cinco dias antes do segundo turno das eleições do ano passado
Ouvir notícia
Documentos obtidos com exclusividade pela CNN comprovam que o então ministro da Justiça Anderson Torres viajou à Bahia em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), seis dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, para tratar das operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O primeiro documento mostra que Torres pegou o voo da FAB no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, no dia 24 de outubro, às 17h30, e chegou a Salvador duas horas depois.
A relação nominal mostra que Torres foi acompanhado do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Antônio Lorenzo, do diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes, de um assessor especial do gabinete e dois agentes da PF.
Torres estava no Rio de Janeiro por conta do episódio em que Roberto Jefferson foi preso e atirou contra policiais federais.
Outro documento obtido pela CNN mostra a reunião de Anderson Torres com o superintendente da PF na Bahia, o delegado Leandro Almada. O encontro ocorreu no dia 25 de outubro, uma terça-feira da semana pré-eleição. A agenda foi solicitada na tarde do dia anterior, conforme despacho de uma assessora.
Participaram da reunião, de 11h às 12h, além de Torres e Almada, o secretário-executivo do MJ, o diretor-geral da Polícia Federal, e os delegados da PF na Bahia Marcelo Werner e Flávio Marcio Albergaria Silva.
Conforme apurou a CNN, nessa reunião Torres teria pedido apoio da PF nos bloqueios que a Polícia Rodoviária Federal faria no segundo turno das eleições presidenciais.
A conversa foi confirmada à reportagem por fontes ligadas à PF e à PRF. A PF na Bahia, no entanto, não participou da ação.
Torres e comitiva voltaram para Brasília logo após o encontro, às 16h30, conforme a agenda. Os documentos foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).