Docente do curso de Medicina Veterinária da Unesp teria divulgado nas redes sociais um chamado para caravana que partiu de Bauru, no interior de São Paulo, para Brasília
Reprodução com Adriano Machado/ReutersSandra de Moraes Gimenes Bosco, professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), foi demitida por ter participado dos atos de 8 de janeiro, em Brasília, quando radicais invadiram e depredaram dependências do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal.
Ela teria divulgado no seu perfil do Facebook um chamado para a caravana que saiu de Bauru, no interior paulista, em direção à capital do País. A publicação foi apagada, mas a docente foi apontada como uma suposta organizadora da excursão.
Nas redes sociais, Sandra se manifesta como entusiasta do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela não está entre os que foram presos em Brasília e agora figuram como réus perante o Supremo Tribunal Federal.
Trata-se de uma das condutas descritas como ‘deveres do funcionário’ no Estatuto do Servidor do Estado de São Paulo.
A demissão, arbitrada em processo administrativo disciplinar, foi publicada no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira (28). Na terça (2) começou a correr o prazo de 30 dias para recurso ao Conselho Universitário. Saliba afirma que vai recorrer.
Em nota, a Universidade diz que o processo disciplinar ‘respeitou o princípio constitucional da ampla defesa’.
Sandra é médica veterinária e doutora pela própria Unesp. Ela era professora da instituição desde 2010 e dava aula nos cursos de Medicina Veterinária, Zootecnia, Biomedicina, Medicina, Enfermagem, Nutrição e Ciências Biológicas, além de atuar na pós-graduação.
A reportagem entrou em contato com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, por meio de sua Assessoria de Imprensa. A entidade reiterou a nota já divulgada no sábado, 29.
Nota sobre aplicação da pena de demissão a docente
Em relação à pena de demissão aplicada à professora Sandra de Moraes Gimenes Bosco, do Instituto de Biociências do câmpus de Botucatu, foi caracterizada infração disciplinar de natureza gravíssima, após criteriosa apuração ocorrida no âmbito do Processo Administrativo Disciplinar, instaurado pela unidade universitária em decorrência da participação da docente nos atos de 8 de janeiro de 2023. O referido processo, iniciado em 10 de janeiro, respeitou o princípio constitucional da ampla defesa, o que foi atestado pela Assessoria Jurídica da Universidade, e propôs ao reitor a demissão da servidora após a constatação da violação de deveres funcionais previstos no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado. A servidora tem direito a recorrer da decisão no Conselho Universitário.