Por ora, o ex-ministro da Justiça, preso há mais de 100 dias, mata no peito as pressões para que conte o que sabe sobre o golpe de 8/1
https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/ricardo-noblat/anderson-torres-vira-o-alvo-numero-1-para-emparedar-bolsonaro
Preso há mais de 100 dias em um Batalhão da Polícia Militar no Guará, aos poucos ele foi criando a imagem de um homem frágil, deprimido, sujeito a crises de choro intermitentes, 12 quilos mais magro, que se recusava a comer e que pensava em matar-se.
Seus advogados, então, pediram ao tribunal que o soltasse sob pena de Torres, desesperado, render-se a “maus pensamentos”. O pedido foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso, a quem coube relatá-lo. Moraes, em seguida, entrou de novo em cena.
Deu 48 horas a Torres para explicar por que são falsas as senhas do seu celular repassadas por ele à Polícia Federal. Com elas, se teria acesso à memória do aparelho que Torres diz ter perdido em viagem aos Estados Unidos na véspera do golpe de 8 de janeiro.
Moraes também deu 48 horas para que o governo do Distrito Federal diga se tem condições de garantir a saúde de Torres no local onde ele está. Ou se Torres deve ser transferido para um hospital penitenciário. Quer dizer: ele seguirá preso de todo jeito.
Só há uma chance de Torres ganhar a liberdade: se o plenário do tribunal, para contrariedade de Moraes, assim decidir. É mais do que improvável. A esmagadora maioria dos ministros do tribunal está convencida que Torres é peça-chave para desvendar o golpe.
Em dezembro último, dois dos 11 ministros aconselharam o governador Ibaneis Rocha (MDB) a não nomear Torres secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Torres tomou posse num dia, demitiu parte da cúpula da Secretaria, e no outro viajou.
Em depoimento prestado na última quinta-feira (27) à CPI do Golpe da Câmara Legislativa, a coronel Cíntia Queiroz de Castro, da Polícia Militar, disse que o efetivo policial no dia 8 de janeiro foi reduzido pela metade, e ela não sabe porquê.
Ela é subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF. Com a palavra:
“As informações que passei ao Fernando [delegado Oliveira, braço direito de Torres na Secretaria quando ele estava fora do país] foram às 6h, às 8h e às 9h da manhã. Nesse momento, a gente tinha de 20 a 25 manifestantes e cerca de 400 policiais”.
Depois, é o que se sabe. A Esplanada dos Ministérios, interditada no sábado, amanheceu aberta no domingo. Dos 400 policiais, 250 eram cadetes. Oliveira avisou a Ibaneis que estava tudo calmo e que a polícia escoltava os manifestantes em direção ao Congresso.
Deu, pois, no que se viu. A história completa da tentativa de golpe é do conhecimento de poucas pessoas, e Torres certamente é uma delas. Por ora, ele tem matado no peito todas as pressões que recebe para contar a história, e admitir sua culpa. Mas até quando?
Uma eventual confissão de Torres seria o caminho mais rápido para emparedar Bolsonaro, o beneficiário do golpe.
Moraes dá 48h para DF avaliar se Torres deve ser transferido a hospital
Ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no Guará 2, no Distrito Federal
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no Guará 2, no Distrito Federal, desde 14 de janeiro. Torres foi detido por suspeita de omissão nos atos que levaram à depredação dos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
A determinação veio após Torres enviar senhas erradas à Corte por “dificuldade cognitiva”, segundo a defesa. A nota da defesa cita o comprometimento da saúde mental do ex-secretário.
Na nota que justifica as senhas erradas ao Supremo, a defesa de Torres ainda cita que ele estaria tendo lapsos frequentes de memória. “Nesse cenário, tendo em vista o atual estado mental do requerente, com lapsos frequentes de memória e dificuldade cognitiva, a confirmação da validade das senhas, na hodierna conjuntura, revela-se sobremaneira dificultosa.”
Moraes: Anderson Torres omitiu acesso a celular em investigações
Anderson Torres está preso por suspeita de conivência ou omissão diante dos atos antidemocráticos cometidos contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Preso após retornar das férias nos Estados Unidos, o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) havia informado à Polícia Federal (PF) que não entregou o celular pessoal aos investigadores por ter perdido o aparelho.
Laudo
Na última semana, um laudo médico sobre o estado de saúde mental do ex-ministro Anderson Torres apontou “piora significativa” de seu quadro psiquiátrico. O documento descreve, ainda, que o ex-ministro de Jair Bolsonaro tem sofrido seguidas crises de ansiedade e choro.
Torres passou a ter acompanhamento em 17 de janeiro, três dias após sua prisão.
Um novo depoimento que Anderson Torres prestaria à Polícia Federal (PF) chegou a ser adiado após a defesa apresentar o pedido de habeas corpus. Ainda não há nova data para a oitiva.
Esse Alexandre de Moraes é o cara esse sim é um grande herói estamos todos fechados com vc Alexandre de Moraes estou no aguarde dá prisão do Bolsonaro e na condenação desse safado e toda sua quadrilha parabéns Sr ministro