Para Gustavo Henrique Fabricio, da RPS Capital, a operação é possível. “Zema concordando mata qualquer chance de privatizar algo em MG,” explica (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)
Os papéis da Copasa (CSMG3) e Cemig (CMIG4) chegaram a entrar em leilão na sessão desta quarta-feira (22) após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmar que a possível federalização das empresas pode ser usada para abater a dívida do estado com a União.
A ação da Cemig fechou em queda de 9,71%, enquanto a Copasa caiu 2,83%.
De acordo com o Valor Econômico, Zema disse que a operação “tem todas as condições”. “Estamos bastante otimistas”, afirmou após se reunir com o presidente do Senado Rodrigo Pacheco.
A informação foi confirmada pelas assessorias de Pacheco e do governo de Minas Gerais.
Para Gustavo Henrique Fabricio, da RPS Capital, a operação é possível. “Zema concordando mata qualquer chance de privatizar algo em MG,” explica.
Em relatório publicado depois dos fatos, a Genial cita três pilares de dúvidas para investidores.
ausência de ambiente favorável para privatizações no estado de Minas Gerais,
eventual substituição dos atuais executivos da Cemig e Copasa;
como seria a remuneração ao acionista minoritário e, claro, que valores seriam oferecidos a estes;
“Caso esse evento venha a disparar direito de retirada para minoritários devido a mudança de controlador, entendemos que o valor patrimonial seja uma referência de valor a ser considerada ao longo desse processo”, coloca.
Ainda segundo a Genial, todo esse processo deve ser longo e complexo, tendo em vista principalmente a necessidade de aprovação por parte da Assembleia Estadual de Minas Gerais.
Em comentário enviado a cliente, o Itaú BBA avalia a notícia como muito negativa para ambas as empresas, apesar de classificar o processo como difícil de ser executado. A corretora realizou uma teleconferência com o consultor jurídico Rafael Favetti para entender melhor os trâmites.
“Na opinião de Favetti, esta discussão ainda está em seus estágios iniciais e há vários desafios que teriam que ser superados para que a federalização avance”, explica.
Ele lembra que uma federalização exigiria a aprovação de um projeto de lei ordinário na Assembleia Legislativa de Minas e de um projeto de lei ordinário no Congresso.