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Para além do Depatri, que foi alvo de ação da PF, a operação “Higia” também mirou os departamentos de narcóticos e de crimes de trânsito

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Por José Vítor Camilo
No mesmo dia em que alguns de seus servidores foram alvo da operação “Forseti”, fruto da apuração da Polícia Federal (PF) sobre esquema de corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, o Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), da Polícia Civil, também acabou tendo policiais de seu quadro envolvidos em outra operação, mais uma vez sobre agentes corrompidos pelo tráfico de drogas. 

A operação “Higia” – cujo nome faz referência à deusa da saúde, limpeza e sanidade -, foi deflagrada nesta terça-feira (28) de maneira conjunta, envolvendo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, a Polícia Militar (PM) e o Departamento Penitenciário de Minas. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 40 mandados de busca e apreensão. 

As investigações descobriram uma organização criminosa voltada para os crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro, sendo que eram pagos valores indevidos a agentes do Depatri e, também, do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) e do Departamento Estadual Investigação Crimes de Trânsito (Deictran).

“Segundo o apurado, os policiais civis investigados recebiam de criminosos, em sua maioria traficantes de drogas, vantagens indevidas para que não houvesse um efetivo enfrentamento dos crimes por eles praticados, favorecendo, assim, o exercício das suas rentáveis atividades criminosas. Os contatos entre os policiais civis e os criminosos, bem como o recolhimento do dinheiro dos traficantes e a sua entrega aos policiais, eram intermediados por um advogado, que também teve sua prisão preventiva decretada”, detalhou o órgão por meio de nota. 

Operações foram planejadas conjuntamente

Ainda conforme o MPMG, tanto a operação “Forseti”, deflagrada pela PF e pela Corregedoria da Polícia Civil, como a “Higia”, foram objeto de um planejamento conjunto, com medidas cautelares deferidas pela 2ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de Belo Horizonte. Apesar do planejamento em comum, os alvos das operações eram diversos. 

No caso da operação da PF, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão nos municípios de Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima, Ibirité, Sarzedo, Sete Lagoas e Juiz de Fora.

Seis policiais foram afastados do trabalho e podem responder por tráfico de drogas, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, a pena prevista chega a 37 anos de prisão. 

Segundo a PF, os policiais civis alvos da operação Forseti são suspeitos de receberem “vultosos valores para esvaziar o procedimento investigativo sobre um indivíduo preso na cidade de Ribeirão das Neves”, na região metropolitana.

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