Estudo realizado pelo Ibope ouviu 1.500 pessoas, homens e mulheres
Por LUÍSA LOES: https://www.otempo.com.br/
A disfunção erétil atinge uma grande parcela dos indivíduos do sexo masculino. Entre os homens brasileiros de 40 a 69 anos, 59% relatam a experiência de já terem falhado na cama.
A conclusão é de uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) ao Ibope.
A pesquisa faz parte da campanha De Volta ao Controle, da SBU, que busca divulgar informações sobre os tratamentos disponíveis mais modernos para disfunção erétil – que incluem remédios orais, aplicação de injeção diretamente no pênis ou ainda, para os casos de maior gravidade, a possibilidade de implantar próteses penianas.
O levantamento revelou ainda que, para 12% dos homens nessa faixa etária, a disfunção erétil é um problema recorrente.
No grupo dos homens com mais de 60 anos, a parcela dos que já passaram por episódios de impotência salta para 71%.
O estudo ouviu 1.506 pessoas, entre homens e mulheres. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, os resultados não surpreendem e são similares aos índices observados em pesquisas feitas na Europa e nos Estados Unidos.
Isso se deve, entre outras coisas, à incorporação de hábitos nada saudáveis pela população brasileira, que acabam potencializando fatores de risco para a impotência, como obesidade, sedentarismo, diabetes, hipertensão, tabagismo e consumo de drogas e fármacos.
Impacto na relação. A impotência sexual não afeta só o paciente, mas também sua parceira ou parceiro sexual.
Entre as mulheres e os homens homossexuais entrevistados para a pesquisa, 54% relatam já terem tido a experiência de o parceiro falhar na hora do sexo por problemas de ereção.
Teste
No site da campanha De Volta ao Controle, da SBU, o internauta pode fazer um teste para saber se tem o problema. É só acessar o endereço:
www.devoltaaocontrole.com.br/teste.php
“Falhar é normal”, diz sexológo
O renomado sexólogo Gerson Lopes, coordenador do Departamento de Medicina Sexual do Hospital Mater Dei, afirma que atende cerca de 20 clientes por mês, que, depois de falharem uma vez, passam a sofrer constantemente com a disfunção erétil.
“Se a nossa cultura não fosse tão machista, eu teria muito menos clientes.
A maior causa para a disfunção erétil não é orgânica, mas sim psicogênica, associada não a traumas ou conflitos na infância, mas a esse mito que permeia a vida sexual masculina, de que ‘homem não falha”, afirma Lopes.
Segundo o sexólogo, como não há diálogo aberto sobre o tema na sociedade, o homem acha que falhar não é normal.
“Depois que acontece pela primeira vez, ele acredita que vai acontecer sempre, e o nervosismo e a pressão psicológica acabam fazendo que a disfunção realmente se repita, o que pode acabar virando uma bola de neve.
O conhecimento de que falhar é normal ajuda a quebrar esse mito”, conclui.