Tentativa de fuga foi registrada na madrugada desta segunda (31); Thiago Fonseca aguardava júri popular em uma sala especial do presídio, mas benefício foi suspenso. Depen vai investigar.
Por G1 Triângulo e Alto Paranaíba
Advogado Thiago Fonseca — Foto: Reprodução/TV Globo
O advogado Thiago Fonseca, suspeito de ser o mandante do assassinato do também advogado Juliano César Gomes, na região central de Minas, tentou fugir do Presídio Uberlândia I, nesta segunda-feira (31). Ele e mais três pessoas aguardam o júri popular pelo crime que ocorreu em 2020.
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), a tentativa de fuga aconteceu no início da madrugada.
Por ser advogado, o detento permanecia em uma sala especial do presídio, mas ele conseguiu fugir e, por volta das 2h, foi encontrado escondido em uma guarita ainda dentro da unidade.
O Estado não informou detalhes de como Fonseca conseguiu sair da sala.
Devido à tentativa de fuga ele perdeu o benefício e foi realocado para o pavilhão principal do presídio. Um boletim de ocorrência foi registrado por tentativa de fuga e dano ao patrimônio público.
Além disso, a unidade prisional instaurou um procedimento administrativo para apurar possíveis falhas na segurança da instituição.
Crime e prisão
O carro de Juliano foi encontrado em Sete Lagoas — Foto: Mauro César Gomes/Arquivo pessoal
Na noite do dia 21 de maio de 2020, Juliano César Gomes saiu de casa em Belo Horizonte e não retornou mais.
A família registrou um boletim de ocorrência por desaparecimento e o carro dele foi encontrado no município de Sete Lagoas poucos dias depois.
Dois irmãos foram detidos, suspeitos de terem participado do crime. Eles denunciaram o também advogado Thiago Fonseca como o mandante e participante do crime, além de indicaram à polícia onde estava o corpo da vítima, que foi encontrado no dia 8 de junho em uma estrada que liga Sete Lagoas a Funilândia, na Região Central de Minas Gerais.
Segundo a investigação da Polícia Civil, o crime teria sido premedito. Thiago teria contratado os dois irmãos para ajudá-lo no crime porque a vítima era testemunha em um processo criminal pelo qual ele respondia por estelionato.
Fonseca foi preso no dia 3 de novembro em Contagem. O G1 questionou à Sejusp porque ele estava preso em Uberlândia, mas foi informado de que “motivações do fluxo diário de entradas e transferências prisionais” não seria comentado por motivos de segurança.
Em maio deste ano a Justiça mineira decidiu levar o advogado e os outros dois suspeitos a júri popular por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e ainda pelo roubo do cartão e do celular da vítima.
O pai dos irmãos também será levado a júri por ocultação de cadáver e resistência à prisão.