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👉😔😪😰✍😱😔😣Os pais que cortam laços com os próprios filhos

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  • BBC Worklife
Legenda da foto,Em um mundo cada vez mais polarizado, os casos de filhos que deixam de falar com os pais tornaram-se comuns

Helen não fala com seu filho há mais de um ano.

Na última vez em que teve notícias, ele estava na prisão. Com 31 anos de idade, ele é dependente de opioides há mais de uma década.

“Ele tem tentado me ligar, provavelmente para pedir dinheiro, e eu não tenho atendido. No momento, esta é a decisão correta para minha segurança e sanidade”, explica ela.

Helen mora na Inglaterra e é a principal responsável pela sua neta (filha pequena do seu filho preso). Seu objetivo é oferecer um ambiente seguro e amoroso para a criança.

Helen se lembra do seu filho como uma criança impulsiva e destrutiva, mas com ótimo senso de humor e um coração bondoso. Por isso, ela ficou confusa quando, na adolescência, “seu comportamento ficou hostil e ele começou a me trancar no banheiro por horas a fio”.

 

Isso também ocorre com muitos pais de filhos dependentes de drogas.

Um estudo sueco de 2020 demonstrou que pais de filhos adultos dependentes de drogas mantinham a esperança de uma eventual reconciliação, em parte porque conseguiam ver seus filhos como duas pessoas diferentes: uma, sóbria, e a outra, sob influência de drogas.

E, se esta última desaparecesse, o relacionamento poderia continuar.

Helen, de sua parte, rompeu os laços com seu filho várias vezes. Eles atravessaram ciclos de afastamento e reconciliação por anos. Mas, agora, ela não tem contato com ele e não sabe o que acontecerá a seguir.

Homem sozinho num parque

CRÉDITO,GETTY IMAGES

 
Legenda da foto,Afastar-se de um filho pode ser uma provação extremamente solitária e prejudicar os relacionamentos com os amigos e a família

“Se ele conseguisse me mostrar que está comprometido em ficar sóbrio e fora da cadeia, talvez eu o quisesse de volta na minha vida”, explica ela. “Mas não sei como poderia confiar nele de novo e certamente deixar de cuidar da sua filha pequena.”

‘Provação solitária’

Mesmo para os pais que estão seguros sobre as razões de seu rompimento, a realidade diária da sua decisão está longe de ser fácil.

“Existe uma ligação com o filho, configurada por laços biológicos, legais e sociais, que é muito profunda”, explica Holt. “De forma que, quando os pais se afastam, a relação pode terminar, mas esses laços persistem. Pode ser muito difícil deixar tudo aquilo para trás.”

Muitos pais que cortam os laços acham que a vergonha e a culpa em torno da sua decisão geram isolamento e rupturas na sua rede de apoio estabelecida, que vão além dos parentes de sangue.

“Pais que decidiram pelo afastamento têm muito poucas [pessoas] com quem podem falar e que demonstrarão compaixão e compreensão”, explica Blake.

“Pode até haver algum espaço para falar sobre sentimentos de luto e perda, mas em geral isso é visto como algo que passa, como um situação que a pessoa pode superar e seguir com a vida.” 

Jack já discutiu com amigos que não entendem sua falta de relacionamento com a filha e afirmam que nunca conseguiriam dar as costas para uma relação de sangue. “Para mim, só porque alguém é ‘de sangue’ não lhe dá o direito de te tratar mal”, explica ele.

Compaixão e um espaço para falar sobre isso podem ser muito importantes em momentos específicos da passagem do ano. São momentos diferentes para cada pai ou mãe.

Particularmente, as feridas doem mais nas festas de fim de ano. Segundo a Stand Alone, 90% das pessoas afastadas de um membro da família enfrentam dificuldades no fim do ano, enquanto 85% sofrem nos aniversários e 81% têm dificuldade de ficar ao lado de outras famílias.

De sua parte, Helen se sente particularmente triste à medida que o Natal se aproxima e ela mostra as luzes natalinas para sua neta. Era o que ela sempre fazia com seu filho e gostaria que eles pudessem compartilhar isso juntos.

“Eu era a única salvação que ele tinha e lidar com minha escolha de me afastar é sempre muito difícil”, ela conta.

Ela teve a sorte de poder contar com o apoio de sua filha. Seis meses atrás, Helen se mudou para mais perto dela, para que pudessem se ver regularmente.

“Sem a ajuda e a compreensão da minha filha, não sei onde estaria, pois esta pode ser uma provação muito solitária”, ela conta. “O melhor que posso fazer é me manter bem, para poder fazer o mesmo para os outros — estou tentando levar um dia de cada vez.”


https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-64037985

  

 

PRONTO FALEI!!!


 

👉👍 Se não está no Portilho…. 🚀Não está no mundo 🌍🚀”.

 

Por: José Maria Portilho Borges (Jornalista)- MTB: 18.144/MG.

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