Segundo os suspeitos, moto e carro tinham irregularidades e vistoriador teria cobrado R$ 220 para liberá-los.
Dupla cobrou R$ 220 da vítima alegando que veículos tinham irregularidades e que quantia teria sido cobrada por vistoriador | Foto: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO
Após cobrarem de um trabalhador rural o pagamento de uma propina de R$ 220 para que dois veículos fossem aprovados em uma vistoria da Polícia Civil, em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, uma dupla de despachantes acabou presa pela Polícia Civil. O caso foi divulgado pela instituição nesta segunda-feira (19 de junho), mas a prisão ocorreu na última sexta-feira (16).
A detenção aconteceu depois que a vítima resolveu procurar a delegacia regional e denunciar a dupla à polícia.
Segundo o relato do dono dos veículos à polícia, os suspeitos alegaram que, para aprovar a vistoria de um carro e de uma motocicleta que seriam transferidos, foi necessário fazer o pagamento da quantia a um vistoriador da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) do município.
Aos policiais, o homem relatou que os despachantes estavam ligando e mandando mensagens no celular, insistentemente, cobrando a suposta propina.
Como argumento para a cobrança irregular, o casal afirmou que a moto estava com os pneus em desacordo com as normas, e que o carro tinha vidros e lacre fora do padrão.
Portanto, para que os veículos fossem liberados, teria sido necessário o pagamento da “taxa” por fora para o profissional que fez a fiscalização.
O delegado regional de Ituiutaba, Luiz Antônio Minas, relata que a vítima contou ainda que os despachantes estavam retendo os documentos dos veículos “até a quitação do valor”, porém, ainda segundo o cliente, a moto e o carro estavam em perfeito estado e, por isso, a cobrança era “injustificável”.
Dupla foi presa após vítima marcar encontro
Ainda segundo o delegado regional da cidade, após o recebimento da denúncia, a Polícia Civil orientou o trabalhador rural a se encontrar com o casal para fazer o pagamento da quantia que era cobrada.
Com isso, foi possível fazer a prisão em flagrante dos suspeitos, que não tiveram as idades divulgadas, assim que a cobrança da suposta propina foi comprovada.
“Os despachantes forneceram dois recibos à vítima: um do valor das taxas de transferências e de serviços prestados por eles, e outro de R$ 200, que deixaram bem claro ser referente ao valor da propina a um vistoriador”, detalha o delegado.
Conforme a instituição, os dois despachantes responderão pelo crime de tráfico de influência, que conta com uma pena de 2 a 5 anos de prisão.
“A investigação prossegue com o objetivo de verificar se esse casal praticou tal crime com mais vítimas e se os presos iriam ou estavam repassando valores para vistoriadores”, finalizou o delegado regional Luiz Antônio Minas, que orientou a população de Ituiutaba a recusar qualquer pagamento de propina e denunciar qualquer tentativa de cobrança indevida.
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