👉👏🤙🙌🙏👊🤜⚖🤛🚔Ministro do Supremo atribui “o contexto da investigação e o atual momento atravessado pelo país” como justificativa para manutenção da prisão preventiva.
Por Rodrigo Salgado, g1 — Belo Horizonte.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de relaxamento da prisão preventiva de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, investigado por ataques à Corte e a personalidades políticas da esquerda.
O magistrado atribui a manutenção da prisão dele ao contexto da investigação e o atual momento atravessado pelo país, com “manifestações antidemocráticas e criminosas reivindicando um golpe militar”.
Relembra ainda que, no dia em que foi preso, o homem “incitou publicamente a animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constitucionais”, o que revela “acentuado grau” de risco à ordem pública.
Em parecer, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favoravelmente ao relaxamento da prisão preventiva e requerido a remessa do caso à Justiça Federal em Minas Gerais.
No entanto, Moraes acreditou ser “prematuro abrir mão da competência do STF para investigar o caso”, uma vez que há suspeita de conexão desses fatos com outros investigados nos inquéritos das Fake News e das milícias digitais.
Moraes considerou, ainda, que não houve mudança nos fatos que basearam a decisão inicial. Na visão dele, a investigação demonstra “uma possível organização criminosa que tem entre seus fins desestabilizar as instituições”.
Em nota, a defesa de Ivan Rejane declarou que vê a decisão como “absolutamente ilegal” e que será objeto de novo recurso. Defende que a “arbitrariedade da prisão” é “evidente por diversas razões”, alegando que o Ministério Público “opinou pela soltura”. Conclui afirmando esperar que o ministro Alexandre de Moraes “dê ao Plenário a oportunidade de restabelecer o costumeiro respeito que o STF possui pelo princípio da legalidade”.
Contatos nas redes sociais
Alexandre de Moraes também determinou que a Polícia Federal ouça, em um prazo de 30 dias, as seis pessoas que mantiveram contato com Ivan Rejane pelo WhatsApp na época dos fatos sob investigação.
Além disso, a PF também deverá identificar e ouvir os participantes do grupo de Telegram “Caçadores de ratos do STF”, com o objetivo de elucidar suspeitas de integrarem uma organização criminosa.
Relembre o caso
Ivan Rejane foi preso em julho deste ano na Grande BH após publicação de vídeos nas redes sociais com ameaças aos ministros do STF, a Lula e a outras personalidades de esquerda.
Na ocasião, ele resistiu à prisão, mas a PF arrombou o portão do local onde ele estava e cumpriu o mandado.
Na época, a defesa dele também chegou a pedir a revogação da prisão temporária, o que não aconteceu. No início de agosto, Moraes determinou a prisão preventiva dele, acolhendo pedido da PF.
Em um dos vídeos que motivaram a prisão, Ivan Rejane disse que Lula deveria andar com segurança porque ele iria “caçar” o ex-presidente, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ).
Na mesma gravação, o extremista diz que vai “caçar principalmente” ministros do STF e cita os nomes de Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Luiz Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Rosa Weber.