Wellington Clair de Castro foi condenado a mais de 19 anos de prisão por corrupção passiva, organização criminosa e prevaricação; decisão cabe recurso
Wellington Clair de Castro é acusado de corrupção passiva, organização criminosa e prevaricação. A decisão cabe recurso.condenação foi divulgada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), nesta sexta-feira (16/7).
O ex-delegado regional, Wellington Clair de Castro, foi preso em outubro do ano passado durante a operação Ilusionista, que combateu crimes envolvendo o Detran-MG.
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“Após regular instrução, a ação penal envolvendo o ex-delegado regional de Varginha, apontado como chefe da organização criminosa, resultou em sua condenação por liderar o esquema de recebimento de propinas em diversos serviços prestados”, diz o MP.
O Ministério Público apurou que o ex-delegado regional pagava propina a policiais civis e servidores do Detran para obter vantagens nas investigações envolvendo desmanches de veículos.
O esquema, montado pelos envolvidos e liderado por Clair, retirava anotações de sinistro dos documentos de veículos montados com peças roubadas; emitia laudos de vistorias falsos, agilizava documentos veiculares e ainda autorizava emplacamentos e lacrações fora do órgão de trânsito.
Diante do caso, o MP obteve a condenação de Clair ao cumprimento da pena de 19 anos, um mês e 25 dias de reclusão e 3 meses de detenção, em regime fechado, pela prática dos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e prevaricação. A sentença ainda cabe recurso.
Além da condenação, o ex-delegado vai ter que pagar multa penal e por dano moral coletivo, no valor aproximado de R$ 470 mil. “Terá, ainda, que devolver R$ 247.500,00, reconhecidos como propina recebida. A perda do cargo de delegado de polícia foi decretada pelo Poder Judiciário”, completa.
Ainda segundo o MP, as ações penais contra os demais envolvidos da organização criminosa, como policiais civis, servidores públicos e despachantes, prosseguem em andamento.
O Estado de Minas tentou contato com a defesa do acusado, mas até o momento, não obteve retorno.
Vantagens ilícitas
O ex-delegado regional de Varginha também foi alvo da Operação Delta contra crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em São Gonçalo do Sapucaí. O trabalho teve a participação do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Receita Estadual.
As investigações apontaram que o delegado utilizava do conhecimento e do poder para obter vantagens ilícitas. O caso veio à tona após uma operação do Ministério Público Federal para apurar sonegação de impostos no setor de cigarros.
O acusado ocupou o cargo de delegado regional em Varginha, entre 2018 e 2019. No ano passado, Wellington estava lotado em São Gonçalo do Sapucaí, mas se afastou do cargo para concorrer à reeleição para vereador na cidade.