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Gaeco deflagra operação Fênix em Uberlândia

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia deflagrou nesta terça-feira (19) uma operação contra corrupção, associação criminosa, roubos, falsidade ideológica e outros crimes em Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.

Conforme balanço parcial da operação, batizada de “Fênix”, 80 pessoas já foram presas, entre elas 39 policiais civis, sendo nove delegados.

(Correção: esta reportagem errou ao informar que 57 policiais foram presos. Na verdade, há 57 mandados de prisão contra policiais, mas, até às 12h24, quando a reportagem foi corrigida, 39 haviam sido detidos.)

Segundo informações do Ministério Público Estadual (MPE), foram expedidos 200 mandados de prisão preventiva contra 136 pessoas (sendo que há investigados contra os quais foi expedido mais de um mandado de prisão preventiva).

Ainda de acordo com a promotoria, 16 dos alvos dos mandados de prisão já se encontravam presos. A operação teve como foco delegados da Polícia Civil, chefes de departamento, escrivães, investigadores, empresários, advogados e traficantes.

Presos são conduzidos para o Batalhão de Polícia Militar em Uberlândia; delegados e policiais civis são conduzidos — Foto: Túlio Amâncio/G1Presos são conduzidos para o Batalhão de Polícia Militar em Uberlândia; delegados e policiais civis são conduzidos — Foto: Túlio Amâncio/G1

Presos são conduzidos para o Batalhão de Polícia Militar em Uberlândia; delegados e policiais civis são conduzidos — Foto: Túlio Amâncio/G1

Investigados

G1 apurou que, entre os presos, estão o delegado-chefe do 9º Departamento de Polícia Civil de Uberlândia, Hamilton Tadeu Lima, a delegada regional de Araguari, Mary Simone Reis, e o ex-chefe de departamento de Uberlândia, Samuel Barreto.

Ainda foram detidos os delegados: Agenor Soares, de Patrocínio, André Corazza, de Araguari, Matheus Possancini, que trabalhou em Uberlândia e estava atualmente Passos, no Sul de Minas, Paula Andressa, de Uberlândia, Vitor Adriano Dantas, de Uberlândia, e Wesley Dutra, de Araxá, no Alto Paranaíba.

G1 falou com os advogados que representam os delegados Hamilton Tadeu, Samuel Barreto, Mary Simone, Vitor Dantas e Wesley Dutra, que informaram que, até a publicação desta matéria, não tiveram acesso ao processo. Os advogados dos demais presos não foram encontrados pela reportagem.

Polícia cumpre mandado em Patos de Minas — Foto: Paulo Barbosa/G1Polícia cumpre mandado em Patos de Minas — Foto: Paulo Barbosa/G1

Polícia cumpre mandado em Patos de Minas — Foto: Paulo Barbosa/G1

Mais de 100 mandados de busca e apreensão

Também foi expedido um mandado de prisão contra o chefe do 10º Departamento de Patos de Minas, Elber Barra Cordeiro, mas ele não foi encontrado e é considerado foragido, de acordo com o MPE. A lista oficial com os nomes de todos os envolvidos não foi divulgada pelo Gaeco.

Além das prisões, o órgão informou que foram expedidos 121 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor).

Durante a manhã, foram apreendidos cerca de R$ 50 mil em dinheiro, arma, munições aparelhos celulares, talões de cheque, mídias, relógios, correntes de ouro, um drone e documentos.

O cumprimento das ordens judiciais aconteceu em Uberlândia, Uberaba, Araguari, Patos de Minas, Patrocínio, Monte Alegre de Minas, Araxá, nas cidades sulmineiras de Passos e Pouso Alegre e na capital de Minas, Belo Horizonte. A ação também ocorreu em Cuiabá (MT) e Cascavel (PR).

Por nota, a Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais informou que acompanhou e apoia a investigação, ressaltando que não compactua com os desvios de conduta. Já o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindepominas) enviou uma nota de repúdio. (Veja as notas na íntegra abaixo)

Prisões

Os presos foram conduzidos para o 17º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no Bairro Santa Mônica, em Uberlândia. Durante a ação, a rua de acesso ao batalhão ficou interditada e foi liberada a passagem apenas para advogados e familiares dos investigados.

O promotor de Justiça do Gaeco Daniel Marotta Martinez informou, durante a tarde, sobre a condução dos presos. Os advogados foram levados a uma cela específica no Presídio Professor Jacy de Assis.

O Gaeco informou que os policiais civis devem ser levados para a Casa de Custódia do Policial Civil, em Belo Horizonte, e os demais foram para o presídio de cada cidade onde os mandados foram cumpridos.

A ação contou com o apoio da Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Estadual. Participaram da operação cinco promotores de Justiça, auditores da Receita Estadual, 500 policiais militares e 150 policiais rodoviários federais. Os prédios das delegacias regionais de Uberlândia e Araguari foram alvo de buscas que contaram com o apoio da Receita.

Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, R$ 50 mil foram apreendidos pela polícia — Foto: Valéria Almeida/G1

Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, R$ 50 mil foram apreendidos pela polícia — Foto: Valéria Almeida/G1

Investigações

Por G1 Triângulo Mineiro


Operação 'Fênix' deflagrada pelo Gaeco em Uberlândia — Foto: Túlio Amâncio/G1Operação 'Fênix' deflagrada pelo Gaeco em Uberlândia — Foto: Túlio Amâncio/G1

Operação ‘Fênix’ deflagrada pelo Gaeco em Uberlândia — Foto: Túlio Amâncio/G1

Deste quantitativo, nove são delegados. Souza, que também foi chefe de Departamento em Uberlândia, foi o único solto até a publicação dessa reportagem.

Os demais Hamilton Tadeu Lima, que atuava como delegado-chefe do 9º Departamento de Polícia Civil de Uberlândia, a delegada regional de Araguari, Mary Simone Reis, os delegados Agenor Soares, de Patrocínio; André Corazza, de Araguari; Matheus Possancini, que trabalhou em Uberlândia e estava atualmente Passos, no Sul de Minas; Paula Andressa, de Uberlândia; Vitor Adriano Dantas, de Uberlândia; e Wesley Dutra, de Araxá, no Alto Paranaíba, continuam detidos na Casa de Custódia da Polícia Civil, em Belo Horizonte.

A Polícia Civil de Minas Gerais informou ao G1 que dos policiais liberados, alguns estão aposentados, outros foram afastados, sem cancelamento de salários, e um retornou a sua função. Em todos os casos, há procedimentos disciplinares em tramitação na corregedoria da instituição. A Polícia não informou à reportagem a data em que cada servidor foi liberado da Casa de Custódia.

A reportagem também procurou a assessoria de comunicação do MPMG para saber os resultados e demais trâmites da Operação Fênix, mas não obteve retorno.

Megaoperação

• A Operação “Fênix” foi deflagrada pela Promotoria, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia, no dia 19 de dezembro de 2017. A megaoperação culminou no cumprimento de mandados contra corrupção, associação criminosa, roubos, falsidade ideológica e outros crimes em Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.

• No dia seguinte, a Polícia Civil publicou no Diário Oficial do Estado a dispensa de alguns delegados presos na operação e nomeação dos novos responsáveis pelos departamentos de Uberlândia, Araguari, Patos de Minas e Pouso Alegre.

• Uma nova publicação foi feita no dia 27 de dezembro nomeou o delegado regional de Uberlândia, Edson Rogério de Morais, como novo delegado-chefe do 9º Departamento de Polícia Civil. A função de delegado regional da cidade ficou a cargo de Luís Gustavo Oliveira.

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