Sindtanque-MG diz que paralisação acontece por tempo indeterminado, mas postos aguardam normalização das entregas. Dessa vez, ação não provocou filas de carros em busca de combustíveis
A paralisação dos transportadores de combustíveis iniciada nesta terça-feira (7) gera um cenário de incertezas sobre o abastecimento dos postos da região metropolitana de Belo Horizonte. Embora alguns estabelecimentos já tenham ficado sem gasolina ou etanol durante o feriado, por enquanto, a situação não é de corrida aos postos e filas de carros, como aconteceu em outras greves da categoria.
O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, afirma que a paralisação da categoria acontece por tempo indeterminado, mas reconhece que o profissional que quiser fazer o transporte a partir de hoje é livre para isso. Minas Gerais tem aproximadamente 3.000 transportadores de combustível, e ainda não há informação sobre quantos deles vão ficar parados nos próximos dias.
De acordo com André Oliveira, um dos gerentes de postos ouvidos pela reportagem de O TEMPO, a empresa foi informada de que a paralisação durou apenas um dia e que os caminhões-tanque podem entrar a partir de hoje na Refinaria Gabriel Passos, em Betim, para manter o abastecimento normalizado. Ele acredita que possa haver um movimento mais intenso de procura por combustíveis na manhã desta quarta-feira (8), mas sem filas anormais.
“Se a população estiver bem informada, vai saber que o abastecimento deve ser normalizado porque a paralisação foi de um dia”, avalia.“O movimento (no feriado) foi intermitente, em alguns momentos maior e em outros menor. Pela manhã, atendemos pessoas que estavam saindo para um passeio ou para a manifestação”, relata Oliveira.
Nesta terça, alguns postos de Belo Horizonte e Contagem chegaram a ficar sem gasolina durante a tarde. Mas, no geral, o movimento foi tranquilo, e os consumidores não tiveram dificuldades para abastecer. Em postos da Via Expressa e da avenida Amazonas, não havia filas de carros. Alguns estavam vazios, como era esperado para o feriadão.
Pela manhã, poucas pessoas abasteciam em postos de Igarapé, São Joaquim de Bicas e Betim. Funcionários garantiram que, mesmo com a paralisação, havia reserva suficiente para atender a demanda ontem. Um posto localizado no bairro Água Branca, em Contagem, no entanto, não tinha mais gasolina para os clientes de e oferecia etanol e diesel.
Movimentada neste feriado foi a tabela de preços. Aumentos de até R$ 0,10 por litro foram verificados em 60% dos postos visitados na tarde de terça. Em um dos mais movimentados da Via Expressa, em BH, o litro da gasolina subiu de R$ 6,08 para R$ 6,19, e o do etanol, de R$ 4,56 para R$ 4,79.
Apoio a Bolsonaro e pressão sobre ICMS
De acordo com Irani Gomes, presidente do Sindtanque-MG, a paralisação da categoria ocorre em apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Mas também retoma a antiga pauta que solicita ao governo estadual uma redução no percentual de ICMS recolhido do litro do diesel.
“Hoje, temos um ICMS que incide sobre os preços dos combustíveis. O óleo diesel, por exemplo, é um dos mais caros do país. Da região Sudeste, Minas tem o ICMS mais caro”, avaliou. Procurado pela reportagem, o governo de Minas afirmou que está ciente da paralisação e atento às demandas de todas as categorias. Disse ainda que as alíquotas do ICMS dos combustíveis no Estado não passaram por alterações recentemente – a gasolina subiu de 29% para 31% em janeiro de 2018, o etanol de 14% para 16% em janeiro de 2018, enquanto o diesel, de 12% para 15% em janeiro de 2012.
“É importante deixar claro que os últimos reajustes nos valores dos combustíveis não se devem ao ICMS cobrado pelo Estado, mas sim à política de preços adotada pela Petrobras”, afirmou o governo de Minas.
(Com Alice Brito)
Kkkkk, povo já deve estar fazendo fila nos postos, pagando gasolina de 8 conto!