Ação gerou desconfiança interna sobre possível uso da agência para fins eleitorais. Congresso pedirá explicações
Sob o comando de Alexandre Ramagem, delegado da Polícia Federal fiel ao ideário do bolsonarismo e próximo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) gastou recursos de sua milionária verba secreta para pagar informantes em comunidades do Rio de Janeiro dominadas pelo tráfico de drogas – e onde as milícias que atuam na cidade têm interesse de entrar.A coluna confirmou a informação com fontes a par do assunto dentro da própria Abin, o serviço secreto do governo federal.
Segundo essas mesmas fontes, os dados obtidos têm sido entregues a órgãos de segurança pública do Rio. Ou seja: no caso, a Abin está trabalhando para municiar a ação de policiais fluminenses nas comunidades. Não se sabe ao certo quais setores da polícia local têm recebido as informações.
Um outro ponto chama atenção. Como a operação é custeada com verba secreta, é difícil rastrear o caminho do dinheiro que está sendo gasto na operação. A coluna apurou que o valor total empregado até agora se aproxima de R$ 1,5 milhão — uma cifra considerada alta para os padrões da agência em ações de campo.
Em conversas internas, agentes chegaram a aventar a hipótese – grave – de que a Abin estaria agindo por interesse eleitoral, na intenção de abrir caminho para que grupos de policiais ligados ao bolsonarismo possam entrar nessas regiões e agir em favor de candidatos aliados do presidente nas próximas eleições.
Para além dos interesses eleitorais da própria família presidencial, Ramagem, que deixou a direção da Abin no fim de março, é pré-candidato a deputado federal pelo Rio.
Indagada sobre a operação, a Abin limitou-se a dizer que age de acordo com a legislação, a qual permite a sua atuação em assuntos que envolvem crime organizado. A agência afirma ser natural o compartilhamento de informações com órgãos estaduais de segurança. Eis a nota oficial enviada à coluna:
“A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) tem os parâmetros e limites de sua atuação estabelecidos pela Constituição Federal, pela Lei nº 9.883/99 e pela Política Nacional de Inteligência (Decreto nº 8.793, de 29 de junho de 2016), que é o documento de mais alto nível de orientação da atividade de Inteligência no país. O item 6.9 da PNI define a criminalidade organizada como uma das principais ameaças à integridade da sociedade e do Estado e à segurança nacional.
Cabe ressaltar, ainda, que a ABIN está sob fiscalização da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), que pode verificar a conformidade do trabalho da ABIN ao ordenamento jurídico brasileiro, e se submete a auditorias periódicas da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU).”
https://www.metropoles.com/colunas/rodrigo-rangel/abin-usou-verba-secreta-para-operar-em-area-de-interesse-de-milicias-no-rio?amp
Bozo – simplesmente o pior ser humano que já ocupou a presidência do Brasil.
Um traste!
Vamos tirar esse Bolsocaro do poder esse ano